segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Pare de gritar com seus filhos

grito
 
Gritar é a parte escondida e disfarçada, mas que acontece num número considerável de vezes na relação entre pais e filhos. Muitos pais gritam com seus filhos num ambiente que deveria ser de aconchego, segurança e conforto: o lar.
 
O estresse do dia a dia, uma dose extra de impaciência e a sobrecarga com problemas pessoais, são alguns dos gatilhos que disparam gritos que ecoam pela casa.
 
Os gritos são ineficientes, terríveis e não ajudam em nada na educação ou disciplina dos filhos; muito pelo contrário, eles cortam vínculos, criam barreiras e alimentam uma mágoa que ao longo do tempo pode se transformar em raiva e desamor.
 
Bomba caseira
 
Já escutei de uma menininha de cinco anos a seguinte frase: “Não acredito que a mamãe gosta de mim. Ela diz que me ama, mas ela grita muito comigo e isso não é amor”. A mesma voz que dá boa noite aos filhos antes de deitar é a voz que grita durante o dia.
 
Pais que tentam disciplinar com gritos, geralmente são pais que sentem culpa no final do dia, pois mais uma vez gritaram e não conseguiram controlar a raiva e o mau humor.
 
O poder e sua voz
 
Muitos pais pensam que por serem “os pais” tem o direito de alterar o tom de voz num nível que os vizinhos consigam também ouvir. Eles tendem a pensar: “eu sou a mãe/pai e apenas eu posso fazer isso. Não permito que ninguém, além de mim grite com meus filhos.” Particularmente acho esse modo de pensar e agir um contrassenso. Os pais teoricamente deveriam ser os únicos a nunca fazer isso, e, são os que mais fazem. Essa é uma visão distorcida sobre o poder materno/paterno. Quando eu grito com uma criança eu assumo que ela é igual a mim e que pode se defender no mesmo nível em que está recebendo a agressão, porém, os pais que gritam com seus filhos, não admitem nenhuma alteração de voz dos mesmos.
 
Por trás dos gritos
 
Em geral pais que gritam são pais estressados; mas o estresse não é o único vilão da história, ele tem vertentes que permeiam nas famílias desestruturadas emocionalmente, nos problemas financeiros e amorosos, numa má educação recebida pelos próprios pais, nos traumas infantis - como ter apanhado e ouvidos gritos durante a infância – e uma total falta de noção sobre como educar filhos. Essas são matérias primas criadoras de pais gritões.
 
Controlando os gritos
 
Você gostaria de controlar seus gritos e começar a disciplinar seus filhos por meios mais saudáveis? Então fique atento para:
 
- Toda vez que sentir vontade de gritar vá até a cozinha e tome um copo com água. Este é um pequeno truque que tem duas vantagens: vai lhe dar tempo de mudar a emoção impulsiva do momento e, a água lhe ajudará a trazer o controle emocional para seu corpo, pois hidratando o mesmo, você oxigena o cérebro e pensa melhor, deixando a emoção negativa de lado.
 
- Sempre pense que seus filhos não tem o mesmo nível de experiência e maturidade que  você e que eles estão aprendendo sobre disciplina e respeito com você, então o que deseja ensinar à eles?
 
- Quando sentir vontade de gritar pense sobre porque você tem filhos e o que deseja que eles se tornem no futuro. Os seus gritos irão ajudar a formar ou deformar a personalidade deles.
 
- Observe que o seu dia a dia e suas frustrações podem ser geradores de gritos, então tente colocar cada coisa em seu lugar: se você está com problemas financeiros, foque em resolver eles e não em descarregar seus receios e medos nos seus filhos.
 
Perceba que quanto menos você gritar, mais disciplinados eles irão se tornar. Então se você deseja filhos mais “comportados”, então comece a se comportar também e pare de gritar, afinal a comunicação existe e a cada dia se torna mais cheia de ferramentas e recursos e gritar torna-se cada vez mais um gesto primitivo e que demonstra um baixo nível de educação e tolerância.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Nada é por acaso

Dust in the wind
              Picture: Diva and Dreams
Acredito que muitos já escutaram a frase: “Nada é por acaso e tudo está como deveria ser”.  Pensando sobre sobre ela, me veio à mente algo que quero compartilhar com vocês.
 
Muitas coisas acontecem nas nossas vidas, certo? Coisas “boas e coisas não muito boas”. Geralmente lutamos incansavelmente para que as coisas “ruins” desapareçam. É mais ou menos como se desejássemos que tudo fosse diferente, tudo fosse do nosso jeito, do nosso modelo de vida e pensamentos.
 
Tentamos lutar contra as situações que nos incomodam, contra algo que julgamos não ser bom para nós. A nossa tendência é reclamar e lamentar sobre o porquê de não ter sido diferente.
 
Se pararmos para pensar e analisarmos tudo ao nosso redor, vamos perceber que lutar contra o momento presente é mais ou menos como lutar contra a nossa energia vital e contra o universo.
 
Afinal somos seres conectados ao universo e conectados uns aos outros. Nada que acontece comigo ou com você é genuinamente nosso, pois fazemos parte de um todo, de uma infinita teia de relações.
 
Se alguma coisa está acontecendo com você aqui e agora é porque não poderia ser diferente, faz parte de algo que precisa ser harmonizado, integrado, entendido.
 
Cada experiência de dor, tristeza, mágoa, raiva, decepção, isolamento e etc. que experimentamos é resultado de nossa resistência, da nossa negação de que o momento presente não está “lutando” contra nós e sim nos auxiliando sobre muitos aspectos, principalmente em relação ao que precisamos enxergar e cuidar com muito carinho e atenção, em nós mesmos.
 
Como seria parar de resistir ou de reclamar porque esta ou aquela situação aconteceu, porque não fiz deste ou daquele jeito.
 
Como seria não julgar a si mesmo ou tentar se punir tão severamente por supostos erros cometidos, e simplesmente se render ao que a vida está mostrando e revelando. Penso que pouparia em cada um de nós e em outras pessoas, muita dor e sofrimento.
 
O que estou dizendo pode ser confundido como um descaso ou irresponsabilidade pelos próprios atos, mas é exatamente o contrário.
 
Vou falar algo que muita gente discorda ou ainda não compreende: Somos 100% responsáveis pelo que fazemos, e é exatamente por isso que precisamos ser receptivos, compreensivos e ter compaixão para conosco e para com o que acontece nas nossas vidas.
 
Se acreditarmos que nada é por acaso e que tudo está como deveria ser, então porque o sofrimento e não o entendimento, e a mudança?
 
Acredito que quando alcançamos esta compreensão, poderemos retomar a nossa sincronia e conexão com o universo e poder experienciar um sentimento de paz interior.